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sábado, 20 de agosto de 2011

RUA DA FAROFA

Hoje, tão diferente de minha rua de outrora, a de minha infância querida, onde corria solta, onde sorria feliz nas brincadeiras de menina pobre de um bairro operário; rua que viu surgir meus primeiros sonhos de adolescente, que acolheu minhas primeiras lágrimas de desencanto; rua que me viu nascer, me viu crescer e me viu partir para outra cidade... Enfim, a minha rua... Minha querida Rua da Farofa!



A Rua da Farofa, de hoje.

A Rua da Farofa, de outrora.

Rua de tantas histórias, de tantos acontecimentos, de tantas esperanças, de tantos pregões, de tantos carnavais... Rua da vendinha do seu Otávio e da dona Teva, onde toda noite íamos assistir TV. Rua do seu Dorvalinho Venceslau, sempre brincalhão, feliz e alegre; da dona Arminda e do seu Loquinha. Este e o filho Zé, felizes, desciam a rua a cavalo. Rua do Pele, o primeiro a comprar televisão na rua, onde todo domingo à noite íamos assistir a luta livre, do famoso Ted Boy Marino, astro de Luta Livre dos anos 60.


Zé, filho do seu Loquinha e dona Arminda que,  naquela época, descia a Rua da Farofa, a cavalo. Zé, que nos deixou em maio de 2011.

Rua em que tinha uma única torneira de água para abastecer as casas de todos; rua em que passava o funileiro para remendar as panelas e fazer canecos das latas vazias de leite ninho; do alfaiate para pegar os ternos dos pais para lavar; dos mascates ambulantes que iam de "porta a porta", com sua malinha cheia de roupas numa mão e uma porção de gravatas, lenços e afins pendurados na outra subiam a Rua da Farofa e ofereciam às donas de casa a oportunidade de comprar tecidos, toalhas e tudo o que precisassem para pagar um pouquinho por semana, num prazo a perder de vista.
Passeando pela Rua da Farofa.

Rua que nos finais de tarde juntava a criançada para as brincadeiras e a noite, após o jantar, sem televisão em casa, os pais colocavam cadeiras nas ruas e acompanhavam os filhos nas brincadeiras que não poderia passar das 19 horas.

O entardecer na Rua da Farofa.


Rua dos momentos difíceis, da explosão de 1965, há 46 anos; das assombrações na mina da 10ª; dos namorados subindo e descendo; das festas juninas da dona Germina, dos blocos de carnavais do seu David; rua do seu Fortunato Cechinel, da dona Clementina e da filha Terezinha, que me fazia rezar o terço com ela toda noite; rua do entrudo (brincadeira de jogar baldes de água, um no outro), que antecedia a quarta-feira de Cinzas; rua dos circos do Tião; rua que se animava e se enfeitava nos dias de festa; ruas das grandes e boas recordações. Assim, era a Rua da Farofa!

Time de futebol dos meninos da Rua da Farofa.

Criançada da Rua da Farofa.

Outro time de meninos da Rua da Farofa.

Assim, era a Rua da Farofa.

Amigos de Santana

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