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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

OS BAILES EM SANTANA


Santana também teve o glamour dos anos 50 e 60, salões, orquestras, cantores, perfume Lancaster, bobs, laquê, saias plissadas, camisas voltam ao mundo, o cuba libre e as mocinhas acompanhadas de seus pais. Foi um tempo de ouro, vivido por nós santanenses.

Momentos inesquecíveis foram os bailes de Santana. Esperados com muita euforia que envolvia e contagiava toda a vila operária. As moças se preparavam com vestidos com muitas rendas, veludos e sedas. Os cabelos arrumados com bobs e muito laquê. Os rapazes impecáveis, sapatos brilhando, gravatas, cabelos com brilhantina. Ah! E o perfume Lancaster que não podia faltar.  

Os bailes eram a chance das mocinhas e rapazes se encontrarem e se conhecerem, onde tinham a oportunidade de dançar junto, de rosto colado, ao som de uma linda melodia, em uma harmonia que associava o romantismo e o companheirismo.

Nossos amigos santanenses, Francisco de Assis Damas, dançando com Valdeci Felintro, em um baile, na sede do Minerasil Futebol Clube, ao som dos Vibrantes.

O dançar de rosto colado somente depois de algum tempo de conhecimento, mas sempre tinham aqueles apressadinhos que queriam de imediato, dançar com o rostinho colado e tentavam atracar a pretendente pela cintura, levando um baita fora.

Na sede do Minerasil Futebol Clube e no clube 09 de julho do seu Joaquim Venceslau, em Santana,  os bailes nos anos 60 eram animados com as músicas ao som dos conjuntos: American Night, os Brasões, os Lideres e os Vibrantes.

Os Vibrantes, conjunto santanense da época, em um baile na sede do Minerasil Futebol Clube.

Os Vibrantes formados pelos jovens santanenses: Pedrinho Neves, Nélio Pagani, Joelso França, Ademir Leopoldo e Loro. Quem não se recorda da música “Czardas” tocada por Pedrinho Neves que o eternizou e ficou na história de Santana. Quem passou por Santana e curtiu tudo isso, sabe o quanto foi bom!

Os Vibrantes: Nélio Pagani, Ademir Leopoldo, Loro, Pedrinho Neves e Joelso França, na sede do Minerasil Futebol Clube.

Czardas é uma dança tradicional da Hungria. O nome é derivado de Csárdo (termo Húngaro de taberna). Quando de minha viagem a Budapeste, capital da Hungria (setembro/2010), tive o prazer de participar de um jantar típico e assistir a um show com a tradicional música cigana húngara. 


Cantor húngaro, tocando "Czardas" para nós, em um jantar tipico com tradicional música cigana húgaro, em 03/09/2010, em Budapeste, capital da Húngria.

Lembro-me da primeira vez em que usei meias de fios de seda, em um dos bailes de Santana, onde o fio deveria ficar reto na parte de traz da perna. Nos bailes as mocinhas ficavam sentadas, na mesa esperando ser convidada para dançar. Os moços se aproximavam, com toda educação, e convidava a moça para dançar ao som de uma linda melodia. Em todos os bailes sempre eram acompanhadas pelo irmão mais velho, mães e pais.

Hoje, sinto falta de tudo aquilo que vivenciamos em Santana e pena dos jovens de agora que não sabem o que deixamos para trás. Quantas saudades daquele tempo, onde tudo eram magia e encantamento!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

IRAÍDES PIOVESAN - FILHO DE SANTANA-URUSSANGA-SC


Iraíde Antônio Piovesan, nascido no dia 17 de janeiro de 1949, na Vila Operária de Santana, em Urussanga-SC, casado com Janea Cadorin Piovesan, também nascida em Santana-Urussanga-SC.

Iraídes Piovesan é Diretor corporativo da Satc e membro da Associação Empresarial de Criciúma, a Acic.

Foi   o convidado do Café da Tarde, do dia 16 de outubro de 2011, pela Rádio Eldorado, relembrando com o repórter Denis,  os bons momentos vividos na juventude em Santana, filho de pai carpinteiro. A comunidade de Santana prosperou e foi projetada com o advento da indústria carbonífera.

Aos saiu de Santana, mudando-se para Içara e aos 17 anos ingressou na Satc, pólo até os dias atuais da educação técnica na região sul. “O internato cria um laço de amizade muito forte, em 1965. As realidades dos alunos eram muito parecidas, vindos de cidades do interior. Na época, a disciplina, provinda do ensino dos Irmãos Maristas- parceiros da Satc - era rigorosa, mas necessária. Guardamos boas lembranças da época, e aquele internato era muito bom, pena que não existe mais”, relembra.

A questão do esporte, na época, era muito forte, iniciando o ápice de times memoráveis como Metropol e o nosso Minerasil, por exemplo. E lembra também do próprio engajamento com a classe estudantil daquele período. Iraíde Piovesan foi líder do grêmio estudantil e participava de programas de rádio, interagindo com a comunidade, ressaltando também o apoio dos Maristas, aconselhando os jovens sobre as ações.

Iraídes Piovesan e esposa Janea, genuinamente santanenses, sempre presentes nos encontros dos Amigos de Santana. Nosso abraço a este casal e amigos maravilhosos!

Iraídes Piovesan, chegando para o encontro dos amigos de Santana. Aqui cumprimento os amigos na concentração do Espilão/Pilon

Iraídes cumprimento Nélio Pagani, no 2º encontro.


Iraídes, cumprimentando Rui Silvino, santanense e ex aluno SATC. Abaixo a esposa Janea Cadorin, também santanense.

Iraídes e Janea, chegando para o 3º encontro dos amigos de Santana.

Baiano, Iraídes e irmão, no pátio da igreja de Santana, recordando os bons tempos.


domingo, 4 de setembro de 2011

MARION: A GRANDE DESTRUIDORA DO MEIO AMBIENTE

A Marion ficou marcada na história e na memória dos habitantes da região carbonífera do sul de Santa Catarina, sobretudo em Santana, Siderópolis e região como a grande destruidora do meio ambiente.
Marion em Santana, Siderópolis e região.

Por onde passou, deixou marcas de destruição ambiental. Com suas conchas gigantescas destruía tudo o que vinha pela frente, que além da vegetação engolia também o solo. A mineração a céu aberto até a chegada da gigantesca Marion era considerada uma atividade normal aos olhos de quem viveu em Santana, Siderópolis e região na época dos anos 70, mas hoje é relembrada com tristeza por conta da destruição que deixou na natureza.

Contam algumas pessoas que quando a Marion se deslocou de Siderópolis para Santana, o proprietário ia cortando madeiras com toras de 300 polegadas e fazendo uma esteira para ela passar.  Toda aquela madeira ia ficando igual ao bagaço da fibra da cana de açúcar, após o processo de operação de moagem nos engenhos. A Marion detonou todos os rios que encontrou desde Siderópolis até Santana.

Nos buracos cavados pela Marion, formavam-se pequeno lagos amarelados. Dezenas de espécies foram destruídas em nome do que, na época, se entendia como progresso. Progresso esse promovido a custa da vida de pessoas, da degradação ambiental e do enriquecimento dos mineradores.

Progresso que reunia a lógica do capitalista; a ganância inconseqüente dos proprietários de Carboníferas e a submissão das autoridades, resultando em fulminante destruição, comparável a uma guerra atômica, “num inferno de crateras entregues à erosão”. Tudo em nome do progresso “se as gigantescas escavadeiras revolvem o solo, para racionalizar a céu aberto a extração do minério com o mínimo de esforço e o máximo de rendimentos, transformou de outro lado o paraíso verde num inferno de crateras entregues à erosão”.


Marion

Padre Agenor Neves Marques em História de Urussanga nos relata o que o Progresso fez com a nossa querida Santana:

“Se das escuras galerias sai a luz, é lá que o mineiro encontra as trevas de sua vida; se no seio da terra se acumulam as forças do progresso, é nas suas entranhas que o homem esgota as suas  energias; se as sólidas veias de carvão o proporcionam vida às cidades, as veias líquidas da terra, os rios, perderam por completo a vida; as mesmas cristalinas águas, que lavam a moinha para os fornos de coque, logo a seguir, poluídas, contaminam as vargens, esterilizam as sementes, silenciam as atafonas, os moinhos e as fecularias; se as gigantescas escavadeiras revolvem o solo, para racionalizar a céu aberto a extração do minério com o mínimo de esforço e o máximo de rendimentos, transformam de outro lado o paraíso verde num inferno de crateras entregues à erosão; se o braço jovem se contratou para a mina, deixou à agricultura o braço cansado do velho colono, a olhar melancólico o abandono da terra e a morte dos parreirais.”

A Marion - símbolo da destruição ambiental - foi desenvolvida em Ohio, nos Estados Unidos e tinha capacidade de produção de 650 metros cúbicos por hora.

SETE DE SETEMBRO EM SANTANA, DE OUTRORA


Recordo-me saudosa do desfile de Sete de Setembro em Santana; era um dia festivo!  Lembro-me dos entediantes ensaios pelas ruas, nos quais percorríamos, marchando, subindo e descendo, até os arredores do cinema e escritório da Minerasil/CCU.  Hoje, não existem desfiles de Sete de Setembro, como outrora. Não se ouve mais o tocar da alvorada que de madrugada, pelas ruas de Santana, unia as vozes da banda (deixando a eterna rixa de lado) e acordava todos os moradores com o hino nacional, hino da bandeira e o hino da independência.

Desfile de Sete de Setembro em Santana era assim: Tudo de bom. Final da década de 60, início da 70.
Bons tempos aqueles! Santana, poluída pelo carvão, transformava-se em um verdadeiro mar verde e amarelo. Enfeitava-se toda para ver seus filhos marcharem com as cores do Brasil. A bandinha tocava o hino nacional. Diversos pelotões vestiam-se de verde, amarelo, azul e branco. Os professores, sempre e sempre, vestiam brancos e azuis.
Pelotão das cores da bandeira, com saias brancas e as blusas: verde, amarela, azul e branca. Ao lado a professora, Olanda Torres Barbosa, vestida de azul e branco. Final dos anos 60 e início dos 70.
A bandeira nacional vinha à frente, no alto, no meio, imponente, abrindo o desfile, balançava com o vento.  Mais abaixo, a bandeira estadual e municipal.
Aqui, mostra a imponente bandeira nacional, à frente, no alto, no meio da estadual e municipal no desfile de Sete de Setembro, pelas ruas de Santana. Final dos anos 60 e início dos 70.
Há 196 anos, em Sete de Setembro de 1822, o Príncipe Regente, D. Pedro I, com o grito do Ipiranga “Independência ou Morte”, às margens do Rio Ipiranga, onde está localizada a cidade de São Paulo, declarou a emancipação política do Brasil, que deixava de ser submissa à Coroa Portuguesa e conquistava, enfim, sua autonomia política.
Mais um pelotão, desfilando pelas ruas de Santana.  Final dos anos 60 e início dos 70.
Hoje, os alunos não precisam mais sair de casa para marcharem. O que era para ser uma data importante para nós brasileiros, foi perdendo sua representatividade e o Sete de Setembro é visto como mais um feriado no calendário escolar ou de trabalho; um dia de folga para ir ao shopping. O desfile de Sete de Setembro ficou para trás, na memória dos nossos avôs e avós e das gerações dos anos 50/60 e início dos anos 70.
Outro pelotão. Final anos 60 e início anos 70.
O civismo, que representa o Sete de Setembro, resumiu-se ao símbolo do Google (que nem brasileira é) pintado de verde e amarelo. O povo que troca o dia do nascimento de Jesus pelo dia do papai Noel está se americanizando. Isto é não ser brasileiro!

Outro pelotão. final dos anos 60 e início dos anos 70.
Em Santana, tanto no primário quanto no ginásio, éramos obrigados a decorar o Hino Nacional, o Hino da Bandeira e  o Hino da Independência. Tínhamos até uma matéria chamada “Educação Cívica”. Lembro-me que a professora era a dona Diva, que cobrava de nós em cada prova a letra do Hino Nacional e dos demais hinos. Os hinos representavam uma manifestação de nossa identidade nacional. Eram grande fontes de estudos históricas na compreensão das ideologias e questões que marcaram a construção da República do Brasil. Não podíamos errar a letra.
Mãe, com filhos e amiguinhos, posando para a foto, juntamente com a bandeira nacional, em um Sete de Setembro no final dos anos 60 e início dos anos 70, em Santana.
Todos os dias, antes de adentrarmos a sala de aula, em posição de sentido, tínhamos que cantar, completamente desafinados, o hino nacional; se errávamos tínhamos que repetir quantas vezes necessário. Ficávamos horas e horas debaixo de um sol a pino, preocupados em não errar a letra. Hoje, os alunos cantam e quando cantam, mascam chicletes e de boca aberta, fazendo de conta que cantam.  Absurdo, também, os jogadores da nossa seleção brasileira mascar chicletes enquanto cantam o hino nacional brasileiro. Não existe mais respeito com o nosso hino nacional.
O civismo, que representava o Sete de Setembro. O respeito que se tinha pela bandeira nacional, que em Santana era hasteada todos os dias, antes das aulas. Aqui sendo hasteada pela nossa saudosa e querida professora, Chica. Por onde será que ela anda?
Eu, particularmente,  nunca perdia uma corrida de Ayrton Senna, - um dos nomes mais vitoriosos da história do esporte -. Porque sabia que ele ia hastear a bandeira do Brasil e cantar o hino nacional. Um verdadeiro patriota que amou verdadeiramente o Brasil. Um mito, uma lenda conhecida em todos os cantos do planeta. Motivo de orgulho para todos nós brasileiros que ele fazia questão de realçar, mostrando a bandeira do Brasil, em suas vitórias.

A bandinha de Santana. Final dos anos 60 e início dos anos 70.


Amigos de Santana.