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domingo, 4 de setembro de 2011

MARION: A GRANDE DESTRUIDORA DO MEIO AMBIENTE

A Marion ficou marcada na história e na memória dos habitantes da região carbonífera do sul de Santa Catarina, sobretudo em Santana, Siderópolis e região como a grande destruidora do meio ambiente.
Marion em Santana, Siderópolis e região.

Por onde passou, deixou marcas de destruição ambiental. Com suas conchas gigantescas destruía tudo o que vinha pela frente, que além da vegetação engolia também o solo. A mineração a céu aberto até a chegada da gigantesca Marion era considerada uma atividade normal aos olhos de quem viveu em Santana, Siderópolis e região na época dos anos 70, mas hoje é relembrada com tristeza por conta da destruição que deixou na natureza.

Contam algumas pessoas que quando a Marion se deslocou de Siderópolis para Santana, o proprietário ia cortando madeiras com toras de 300 polegadas e fazendo uma esteira para ela passar.  Toda aquela madeira ia ficando igual ao bagaço da fibra da cana de açúcar, após o processo de operação de moagem nos engenhos. A Marion detonou todos os rios que encontrou desde Siderópolis até Santana.

Nos buracos cavados pela Marion, formavam-se pequeno lagos amarelados. Dezenas de espécies foram destruídas em nome do que, na época, se entendia como progresso. Progresso esse promovido a custa da vida de pessoas, da degradação ambiental e do enriquecimento dos mineradores.

Progresso que reunia a lógica do capitalista; a ganância inconseqüente dos proprietários de Carboníferas e a submissão das autoridades, resultando em fulminante destruição, comparável a uma guerra atômica, “num inferno de crateras entregues à erosão”. Tudo em nome do progresso “se as gigantescas escavadeiras revolvem o solo, para racionalizar a céu aberto a extração do minério com o mínimo de esforço e o máximo de rendimentos, transformou de outro lado o paraíso verde num inferno de crateras entregues à erosão”.


Marion

Padre Agenor Neves Marques em História de Urussanga nos relata o que o Progresso fez com a nossa querida Santana:

“Se das escuras galerias sai a luz, é lá que o mineiro encontra as trevas de sua vida; se no seio da terra se acumulam as forças do progresso, é nas suas entranhas que o homem esgota as suas  energias; se as sólidas veias de carvão o proporcionam vida às cidades, as veias líquidas da terra, os rios, perderam por completo a vida; as mesmas cristalinas águas, que lavam a moinha para os fornos de coque, logo a seguir, poluídas, contaminam as vargens, esterilizam as sementes, silenciam as atafonas, os moinhos e as fecularias; se as gigantescas escavadeiras revolvem o solo, para racionalizar a céu aberto a extração do minério com o mínimo de esforço e o máximo de rendimentos, transformam de outro lado o paraíso verde num inferno de crateras entregues à erosão; se o braço jovem se contratou para a mina, deixou à agricultura o braço cansado do velho colono, a olhar melancólico o abandono da terra e a morte dos parreirais.”

A Marion - símbolo da destruição ambiental - foi desenvolvida em Ohio, nos Estados Unidos e tinha capacidade de produção de 650 metros cúbicos por hora.

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