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terça-feira, 27 de março de 2012

BATIZADO DAS BONECAS EM SANTANA


Brincar de batizar as bonecas era muito comum em Santana. Esta brincadeira, hoje, esquecida era bastante comum e divertidíssima! Até os meninos participavam, porque além dos comes e bebes um deles fazia o papel de padre. Lembro-me que por conta disso existem pessoas de Santana que ainda hoje se chamam de “compadre” e “comadre”.

Esse “faz de conta” era organizada pelas meninas mais velhas da turma, que planejavam tudo, desde os convites, lista de convidados, o que seria servido, o que a boneca iria vestir; as “madrinhas” e os “padrinhos”. Todas as amiguinhas batizavam suas respectivas bonecas. Era uma verdadeira festa, que fazíamos no quintal da casa da minha avó, sombreada por diversas árvores frutíferas e com a participação das minhas primas e mais as meninas da rua.

FOTO DE UM BATIZADO DE BONECAS. O MENINO ESTÁ VESTIDO DE PADRE

Nós usávamos a bacia do rosto que servia de pia batismal, sal, um pouco de óleo (para ungir), uma folha de papel para registrar o nome das bonecas, das mães, das madrinhas. Era uma brincadeira muito saudável e divertida. O padre (o menino) dizia algumas palavras para um pequeno “sermão”, querendo imitar o padre Agenor Neves Marques e... pronto, dizia o menino: estão todas as bonecas batizadas, terminou a brincadeira, todas já tem nome, “madrinha” e “padrinho”, agora já podem chamar-se de “compadre” e “comadre” e vamos para os comes. Os comes, também, eram feitos pelas meninas, vários docinhos, balas, bolos, biscoitos e limonadas.

Creio que seria maravilhoso re-ensinar a criança, menino e menina brincadeiras mais saudáveis como esta de batizar as bonecas. Para a criança, nada é tão divertido quanto chamar o outro de “compadre” e “comadre”, como fazíamos em Santana e com tantas brincadeiras ruins por aí, bom seria mostrar para as crianças de hoje as brincadeiras de outrora, pois uma infância sem brincadeiras perde um pouco do espírito!

sexta-feira, 23 de março de 2012

O LAZER EM SANTANA

O lazer em Santana girava em torno das festas de igreja, do futebol no campo do Minerasil futebol Clube, nos salões de bailes do seu Joaquim Venceslau e na Sede do Minerasil, do cinema, das festas de casamentos e das famosas domingueiras.
FESTAS DE IGREJA

 FESTAS DE IGREJA

Nós tínhamos apenas duas festas de igreja por ano, a do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro do bairro, sempre no mês de junho de cada ano e de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, no mês de dezembro, já que o dia 04 de dezembro é comemorado o dia de Santa Bárbara.

Estas festas eram muito esperadas, pois era a oportunidade que tínhamos de ganhar roupas novas. Nestas festas toda a comunidade participava. Tinham as famosas novenas que antecipavam a festas.

COCA URBANO, DIOMAR MACHADO E NEUSA DE BONA

Durante as novenas os jovens que queriam arrumar namorada, ficavam observando os trajes das moças e imediatamente dirigiam-se ao serviço de alto-falante da igreja, pagavam um valorzinho e pediam para o Diomar Machado transmitir a mensagem, mais ou menos assim: “Um rapaz de calça preta e camisa xadrez, oferece à moça de vestido branco de organza, laço azul nos cabelos e sapatos preto, com muito amor e carinho, a música com Roberto Carlos: Eu te Amo, te amo, te amo. Seguidamente, a garota com as características acima, começava a procurar o autor da mensagem, quando os dois se encontravam começavam a namorar e terminava em casamento.

Os namoros aconteciam nos dias de missa, nas novenas da igreja, jogos de futebol, nas sessões de cinema e no salão de dança.

NO CAMPO DO MINERASIL

No cinema tinha sessão todos os dias, mas não era todos os pais que deixavam as filhas assistirem. A maioria das jovens só assistia a matinê de domingo.

A ELEGÂNCIA DOS HOMENS DE SANTANA

Os homens, além das mulheres, gostavam de andar bem arrumados. Durante a semana usavam roupas de trabalho para adentrar as minas, mas aos domingos e nos dias de festas todos se arrumavam muito bem. Gostavam de usar ternos em estilo europeu e sapatos de verniz com bico fino.  Era um hábito dos mineiros de Santana, inclusive tinha um senhor que passava toda segunda-feira pelas ruas para recolher os ternos, lavar, passar e devolvê-los até sexta-feira para ser usado em outra ocasião.

Os jogos do Minerasil também deixaram saudades, era sempre muito esperado porque vinha gente de toda a região e as moças aproveitavam para paquerar os moços que vinham de “fora”, Criciúma, Urussanga, Lauro-Muller, Orleans e outras localidades. Sempre tinham as mais espertinhas que fisgavam os mais bonitos.

Não dá para falar do Minerasil sem lembrar-se da dona Daura (esposa do seu Paraná) que não perdia um jogo, pois tinha seu filho Célio que jogava no Minerasil. Ela gostava muito de xingar o juiz... Ah! Se me lembro de dona Daura, quanta saudade!

Os bailes na sede do Minerasil não havia discriminação por ser uma associação, fundada por todos os mineiros e trabalhadores do carvão de Santana, sem cunho político ou partidário, independente da classe social, nacionalidade, sexo, raça, cor ou crença religiosa. Nestes bailes todos se misturavam e participavam, bem como das domingueiras que quase sempre aconteciam nas casas de moradias.
AS DOMINGUEIRAS

Já os bailes que aconteciam no clube do seu Joaquim Venceslau, ninguém podia se misturar. Havia dentro do clube duas pistas, divididas por uma cerca de sarrafos, sendo uma pista para as pessoas de pele branca  e outra para as pessoas de pele preta e morena, com um conjunto para ambos.  De um lado os brancos, de outro os pretos/morenos, sempre sobre os olhares vigilantes dos seguranças contratados pelo clube para colocar a ordem e o respeito no lugar, além dos pais ou irmão mais velho que acompanhavam as moças.

Assim, era o lazer em Santana, nas décadas de 50/60.

quarta-feira, 21 de março de 2012

ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO

HOJE, 21 DE MARÇO DE 2012, A ZANANDREA, FILHA DO EDI GOMES E DA TEIA BRANCO, ESTÁ COMPLETANDO 20 ANOS DE FELIZ UNIÃO. PARABÉNS A ZÁ E AO EDU, QUE DEUS CONTINUE ABENÇOANDO A VOCÊS E TODA A FAMÍLIA.





sábado, 3 de março de 2012

CINCO GERAÇÕES, VIVENDO EM SANTANA




Da esquerda para a direita: Brígida Sartor Mariot (91 anos), com a filha Elenice Mariot Albino (69 anos), o neto Edvaldo Albino (48 anos), a bisneta Itamara Albino da Silva (22 anos) e a tataraneta Ana Carolina Albino da Silva (3 anos).

Descendente de imigrantes italianos que foram uns dos primeiros moradores da localidade de Santana, em Urussanga, a senhora Elenice Mariot Albino chega aos 69 anos de idade com a alegria de poder reunir cinco gerações de sua família. Entrevistada pela reportagem de Panorama SC, Dona Elenice se emocionou ao lembrar-se do avô Domingos de Bona Sartor, falecido aos 97 anos no ano de 1985, e também do pai Marcos Mariot.

“Quando éramos crianças, nós íamos a pé à casa de meus avôs, porque naquela época não existia carro em Santana. E lá nós encontrávamos nossas primas, brincávamos bastante. Era muito bom.” Afirmou a santanense que é filha de um dos sócios do cinema que existia na localidade. “O meu pai era um dos sócios do cinema em Santana. Os outros eram o Celso Barbosa e os meus tios Sílvio e José De Bona Sartor. Tinha sessão todos os dias, mas meu pai não deixava a gente ir não. Era só na matine de domingo. Para nós, que éramos moças, era uma diversão. A gente comprava pipoca, que eram feitas por pipoqueiros que moravam próximo do cinema, e também aproveitava para encontrar com os namorados.” Lembrou a santanense que casou com um jogador do Minerasil Futebol Clube e teve cinco filhos: Ederaldo, Edvaldo, Evandro, Ednilson e Ediógenes.


 Esta foto foi batida em 1983, dois anos antes do falecimento do avô de Elenice. Da esquerda para a direita: Domingos de Bona Sartor, sua filha Brígida Sartor Mariot, sua neta Elenice Mariot Albino, seu bisneto Edvaldo Albino e seu tataraneto Mairon Albino.

“Eu conheci meu marido em um jogo de futebol. Santana era famosa naquela época, o Minerasil disputava até campeonato estadual. Sempre tinha muita gente participando dos jogos e as sessões de cinema no domingo eram cheias. O carvão levou muita coisa boa, mas também destruiu tudo e hoje Santana esta meio parada.” Desabafou Elenice. Ao ser questionada sobre a tragédia ocorrida na mina de Santana em 1984, Elenice disse que, felizmente, não perdeu nenhum familiar no acontecimento, mas que guarda com tristeza as horríveis lembranças daqueles momentos. Ao falar sobre a atualidade, Dona Eleonice afirmou que vivenciou grandes mudanças.

“A vida mudou muito. Hoje temos mais conforto e os jovens têm mais liberdade. Antigamente não era assim. Nós tínhamos hora marcada para sair e voltar para casa. Hoje os jovens saem, voltam à hora que querem e, às vezes, os pais nem sabem onde andam. Não sei se isso é bom. A gente vê tantos irem para o caminho que não é correto, se metendo em drogas e outras coisas. No nosso tempo havia mais respeito e a vida era mais tranqüila.” Afirmou dona Elenice ao informar que esta escrevendo suas memórias e que pretende, posteriormente, transformá-las em um livro.

Dona Elenice reside em Santana desde o seu nascimento, na mesma localidade onde também residem sua mãe Brígida e quatro dos seus cinco filhos.

Fonte e fotos: Panorama.sc, de Urussanga-SC.