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sábado, 6 de agosto de 2011

JOAQUIM VENCESLAU



Quando o senhor Joaquim Venceslau chegou à localidade de Santana, no ano de 1943, várias famílias de imigrantes italianos já trabalhavam na agricultura e vendiam o excedente da produção para comerciantes do Rio Maior.

Filho de agricultor e oriundo de Pedras Grandes, Joaquim tinha apenas 15 anos quando, no primeiro dia de maio daquele ano, tornou-se funcionário da Minerasil. Trabalhou por 26 anos e cinco meses embaixo da mina, se aposentou e continuou trabalhando por mais 11 anos como guarda e também na guarita da empresa mineradora. Casou, teve sete filhos e reside em Santana até hoje.

E sua história seria igual a de tantos outros mineiros, não fosse o fato de ter sido o protagonista de uma mudança social conquistada pelo seu espírito democrático e sua sabedoria.

Aos 84 anos de idade, ele contou à reportagem de Panorama SC que se sente feliz em ter feito muitos amigos durante sua vida, ter podido criar seus filhos com dignidade e ter sua mulher ao seu lado.

Suas duas frustrações são não ter podido frequentar a escola e não ter servido ao Exército Brasileiro. “O meu pai trabalhava na roça e eu tinha que ajudar. Às vezes eu chorava porque via os meninos passarem para ir à aula e eu tinha que ficar trabalhando. Meu pai era uma pessoa boa, me ensinou que a gente deve sempre pensar antes de falar para depois não se arrepender. Eu aprendi isso com ele. Por isso, sempre que fui a algum lugar que eu não gostava, eu não fazia tumulto. Pedia licença e me afastava. Nós éramos pobres e todos tinham que trabalhar, eu era o terceiro dos dez irmãos. Nunca pude ir para a escola, isso me deixa triste e eu sempre penso nisso” explicou seu Joaquim ao dizer que pensava em realizar o sonho de tornar-se um militar.

“Quando fiz 18 anos, o Exército chamou eu e mais uns seis aqui de Santana para se apresentar. Eu fiquei todo feliz. Mas a companhia disse que faltava mão-de-obra nas minas e fez um documento pedindo pro Exército dispensar a gente. Eles me deram um papel dizendo que nós iríamos servir o Exército trabalhando nas minas. Eu não sabia da importância deste papel e acabei perdendo. Hoje eu sei que, se eu tivesse guardado, poderia ter me aposentado como ex combatente. Eu acho muito lindo aqueles uniformes. Sempre sonhei vestir um, mas tambem não consegui fazer isso” afirmou o mineiro que não pode realizar seu sonho de vestir uma farda porque no ano de 1946 o mundo se recuperava do trauma da Segunda Guerra Mundial e o carvão mineral era de suma importância econômica.

(fonte: Panorama – Urussanga-SC, 15 de julho de 2011- Foto: Álbum dos Amigos de Santana)

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