Não sabemos
ao certo quando tudo começou, mas quando voltamos lá sentimos um misto de
saudade e de nostalgia.
Santana
viveu a época do ouro, no tempo da Minerasil, Mineração Geral do Brasil, mas
que foi sendo destruída, aos poucos, pela Companhia Carbonífera de
Urussanga-CCU, hoje, Indústria Carbonífera Rio Deserto e pela Carbonífera
Treviso S.A.
Os filhos
dos mineiros partiam para outras cidades próximas ou saltavam para outros estados.
Os pais, já contaminados pela poluição do carvão, se aposentavam e ficavam
cuidando de suas pequenas plantações que faziam nos fundos das casas ou
mudavam-se com a família para uma cidade em que podiam encontra trabalho para
os filhos. Uns chegavam a falecer muito cedo em decorrência da pneumoconiose
antracose: causada pelos minérios de carvão, que afeta as pessoas que inalam
partículas de carbono, a partir do carvão ou grafite.
Não havia
televisão, tecnologia e não havia dinheiro, mas havia liberdade. Quando surgiram as primeiras TVs em Santana, ah,
que novidade! Todos corriam para
assistir na casa do vizinho mais próximo
Nas casas
não havia grades, na havia cadeados, não havia chaves. Nas portas usavam-se as
tramelas que ficavam abertas o dia todo.
Não se marcava horário para visitar os amigos. Chegava-se e pronto e
sempre tinha mesa farta com quitutes preparados pela família para as visitas.
De uma forma
simples e humilde, conseguíamos encontrar felicidade que nos fazia esquecer,
nem que fossem por momentos, as dificuldades do dia a dia por que passávamos.
Sim, no meio de todas aquelas dificuldades, não sabíamos, mas éramos felizes.
Para todos
aqueles que viveram nesses tempos em Santana, a nossa homenagem.
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