A Sociedade Recreativa 18 de Julho, foi construída, no início dos anos 50, pela família de Aléssio Liberato que, posteriormente, vendeu para Joaquim Venceslau. O surgimento desta sociedade recreativa deveu-se por uma situação inusitada em Santana. Havia a sede do Minerasil Futebol Clube, time dos mineiros de Santana, onde jogavam: brancos, amarelos, mestiços, pretos, morenos e até os branquelas, descendentes de raças mais brancas.
Seu Joaquim Venceslau, à direita, acompanhado do seu Benato Crescêncio, à esquerda (ambos,in memoriam).
Operários da Mineração Geral do Brasil, todos
contribuíam com Cr$ 10,00 ou Cr$ 20,00 cruzeiros, descontados em folha de
pagamento dos mesmos. Contudo, quando eram promovidos bailes na Sede do Minerasil,
as pessoas de pele preta ou morena, mesmo contribuindo, mensalmente, não podiam
participar, ou seja, ficavam de fora. Por esta razão, foi construída a Sociedade Recreativa
18 de Julho com duas pistas de danças, sendo uma para as pessoas de pele preta/morena
e outra para as pessoas de pele branca.
Na época, surgiram
movimentos em Santana para que a Sede do Minerasil fosse, de fato, a casa de
diversão para todos os santanenses, o que, em seguida, veio a acontecer. Hoje, sabemos que não existe raça senão a
humana.
Para se tornar sócio da
Sociedade Recreativa 18 de Julho, com entrada franca em todas as diversões, tinha que assinar uma proposta de sócio, onde
o associado pagava Cr$ 5,00 de jóia e
Cr$ 5,00 de mensalidade.
A tesouraria da Sociedade
também entregava ao sócio contribuinte o comprovante de pagamento.
Este clube foi marcado pelos
grandes bailes com os Vibrantes,
de Santana, American Nighit, de Siderópolis, os Lideres, de Criciúma, conjuntos
famosos, da época, que davam shows de luzes, principalmente a luz negra, onde os
frequentadores vestiam-se de brancos para reluzir na luz.
Os Vibrantes, de Santana
Os Vibrantes, de Santana
Nos domingos à tarde tinha
lotação completa para assistir os iniciantes programas da Jovem Guarda, campeonatos
de bocha, pacau e sinuca que terminavam com uma grande soirée com os
santanenses se divertindo em uma única pista todos juntos e misturados.
Ah, na outra pista, por
volta de 1964, o seu Joaquim montou uma loja de calçados.
No bar do clube se vendia um picolé e um
sorvete supimpa.
E assim era nosso lazer em
Santana...
Amigos de Santana
Nenhum comentário:
Postar um comentário